A Capela de Nossa Senhora da Graça – Paulo Bonifácio
Sempre, em Ovar, houve ideias estapafúrdias, têm-nas hoje e tiveram há 60 anos, mas na altura como não havia dinheiro para mandar tocar um cego, salvou-se a Senhora da Graça…
Em 1910, começa-se a tratar das bases para o estabelecimento e edificação dum mercado na vila. Depois de vários locais equacionados e pouco consensuais, aliados ao facto da excelentíssima câmara querer fazer grande com pouco, eis que só, em 1934 se definiu a localização definitiva.
Em 1948, a câmara e a autoridade eclesiástica estabeleceram que a Capela de N.ª Sr.ª da Graça seria demolida, devendo a câmara por sua vez substitui-la por outra, com cemitério anexo, para possivelmente, de futuro, vir a ser a matriz da nova paróquia, o que aconteceria provavelmente em Cabanões.
Tal era necessário para criar uma “entrada nobre” de “acesso condigno” ao mercado. A construção do mercado dava à luz a concretização de uma ideia com 42 anos e iniciou-se em 1952.
O autor da Monografia de Ovar, publicada em 1977, refere: “Com três entradas – a principal, ainda hoje obstruída pela capela de N.ª Sr.ª da Graça, que ainda não foi demolida…”. Imagine-se a perda!
Que diríamos, hoje, se tal tivesse acontecido?
Que dirão, amanhã, das mesmas ideias estapafúrdias, de hoje?
Imagem e texto que se segue de verportugal.net:
“A Capela de Nossa Senhora da Graça assumiu esta nomenclatura uma vez que o povo acredita que no sítio onde a mesma se ergueu terá aparecido a Nossa Senhora e ordenado que se construísse ali uma “casa” em sua honra e, como recompensa, livraria as pessoas da doença da peste.
Desta forma, a Capela foi edificada em meados do século XV. Em 1666 foi construída, no mesmo local, uma segunda capela mas o facto de a mesma ser localizada ao nível do rio fez com que ficasse inundada, em 1829 e, depois, em 1888, tendo sido demolida em 1895 por ser muito vulnerável à entrada de água. O edifício que hoje se pode observar naquele local foi construído logo de seguida, em 1899.”