Leiam o que vos digo ou escutem o que vos escrevo
As bandeiras da democracia são de várias cores, com muitos tons. Dos maiores que posso referir, fomentando a essência de um carácter e os laivos de um povo, é a cultura.
Ovar, hoje, abre-se cada vez mais à cultura. Confesso-me um desataviado de música, com algumas referências e preferências, mas pouco compreendido das nuances técnicas e das bandas pouco reconhecidas. Possuo o ouvido que me permite distinguir o que gosto do que não gosto, o que é um clássico de uma musiqueta para vender, mas pouco mais que isso. Ainda assim, não sou imune à arte que é criar uma música imortal, ao regozijo que é escutar uma sonoridade que nos abalroa as sensações durante minutos.
Não distingo géneros, elejo músicas. Ovar abre-se a isso, com os concertos espalhados pela cidade, no dia 29 deste mês de Março. Já falei nisto, mas procurem saber mais. Não são só as bandas e a cidade que agradecem, vocês também agradecerão.
Porém, Ovar não está a abrir-se só na música. Existe um Paralelo 38, onde já tive o enorme prazer de apresentar um livrinho que fiz, que desde há muito dá espaço a essa música, mas também um alavanque enorme à poesia e à literatura. O Joaquim é um homem de muitas virtudes, que vê na recolha de experiências e palavras um enriquecimento. E para isso, não há palavras que cheguem. Daqui, destas linhas, dou-lhe o meu abraço – e, consequente, obrigado.
Contudo, pretendo chegar ainda mais além. Existe em Ovar, um senhor de nome Carlos Nuno Granja, que não conheço pessoalmente mas muito admiro, pelo tanto que tem feito pela literatura. Quer na sua obra, quer na divulgação de outras. Infelizmente, não me tem sido tão possível, quanto desejava, acompanhar, todavia mantenho-me sempre alerta. As tertúlias literárias, no Museu de Ovar, têm sido um sucesso que até as fotos captam, mesmo olvidando as palavras sentidas, doces, pensadas, que de lá se exaltam.
Esta quinta-feira, dia 13 de Março, um dos escritores finalistas do prémio LEYA do ano passado, Pedro Guilherme-Moreira, estará no museu a lançar o seu livro – Livro Sem Ninguém. E, como uma cereja acomodada no cume do bolo, estará Afonso Cruz, um dos maiores fenómenos da mais recente fornada de escritores, a apresentar esse mesmo livro.
Não sou um absoluto entendido na literatura, mas sou um leitor curioso, um investigador preciso, e posso garantir-vos, com a mesma certeza de que uma folha de papel nas esquinas corta, que vai ser uma noite memorável. Começa às 21h30.
Infelizmente, uma vez mais, não sei se poderei estar presente no nosso Museu, mas não estando, irei a outra apresentação do autor, com a certeza que na minha terra lhe honraram a passagem. Não somos todos entendidos de música, pintura ou livros, mas somos todos entendidos do prazer que é viver. E nisso há espaço para todas estas artes.
Ovar está a crescer, leiam o que vos digo ou escutem o que vos escrevo!
Ricardo Alves Lopes (Ral)
http://tempestadideias.wordpress.com
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