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O tamborim vareiro mais carioca do Sambódromo Marquês de Sapucaí

André Seixas é o português mais famoso da Sapucaí. Natural de Ovar, André aprendeu as bases do samba na Escola de Samba vareira Charanguinha e, assim, quando chegou ao Rio, não encontrou dificuldades de maior, integrando-se facilmente na bateria da Portela, onde desfila há 13 anos.

Engenheiro, saiu de Portugal em 2012 para o Rio de Janeiro. Tornou-se carioca de gema, ganhou sotaque mas as recentes mudanças políticas no Brasil levaram-no ponderar o regresso a Portugal, o que aconteceu. Mas a vida dá muitas voltas e André regressou ao Brasil em 2023.

Este ano, os ensaios estão a todo o vapor e André desdobra-se: “Como sempre, vou desfilar na Portela e Unidos da Tijuca no Grupo Especial. Na Em Cima da Hora e Inocentes de Belford Roxo no Grupo de Acesso”.

A Portela leva um enredo de homenagem a Milton Nascimento e a Tijuca celebra Logun-Edé, um orixé da mitologia local. Todavia, “Os enredos “tema” do desfile de cada escola não me influenciam muito”, reflete, “agora, a qualidade e o tipo de trabalho de cada bateria sim”, desvendando o vareiro que é “muito fã da bateria da Tijuca, por isso continuo a tocar desde 2018”.

Por outro lado, confessa ter “muitas saudades da bateria da Imperatriz, onde desfilei lá em 2017”. Cada bateria tem a sua característica, mas “sou fiel à minha escola e em primeiro está sempre a Portela”.

Em Ovar, seria impensável e impossível desfilar em mais do que uma escola de samba. No Brasil, André Seixas conseguiu conciliar a sua participação em várias escolas e fala disso com naturalidade. “Eu toco tamborim e isso acaba por criar raízes com os músicos do naipe da bateria. Cresces no desfiles”.

Como desfila em mais do que uma escola de samba, André fica sempre de olho no sorteio da ordem do desfile para poder continuar “nas que mais gosto e posso”. “Hoje em dia só desfilo numa escola por dia no grupo especial, mas é bastante desgastante fisicamente”. A Portela, por exemplo, ensaia três vezes por semana desde Dezembro.

… e ficas de olho no q faz a tua escola em Ovar?
Sim. Claro. Na Charanguinha e no carnaval como um todo. As escolas em Ovar estão a passar por uma fase mais calma. Mas o que me surpreende é a quantidade de gente jovem no samba em Ovar. É sinal que o bichinho ainda existe.

E o tamborim com o símbolo de Ovar vai nos desfiles?
Sim. Sempre.

Os teus colegas de ala conhecem o nosso Carnaval?
Sim. Mas às vezes tenho de explicar como funciona e a dimensão das escolas daí.

 

 

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