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Manuel “Cachimbó”, um “piadista” destemido na arte da sátira

A folia já pouco lhe dizia na última fase da sua vida, aos 90 anos de idade.
Curiosamente, um divórcio com o Carnaval tardio, já que ao casar com o folião Manuel Maria Lopes “Cachimbó”, ambos aproveitaram bem os tradicionais bailes de outros tempos do Carnaval de Ovar com suas fantasias e lantejoulas…
A nossa Mãe, Irene Pepolim, sempre teve um papel importante na componente dos “adereços” e “caracterização”, ao longo das décadas em que o nosso Pai foi interventivo folião na vertente das piadas de sátira, nomeadamente política, com particular dedicação à transformação em mulher.
Foi naturalmente uma forma especial de dedicação ao Carnaval de Ovar em eventos carnavalescos como a Chegada do Rei e dos Corsos de Carnaval, nestes últimos enquanto a sátira carnavalesca teve espaço e preponderância até nos títulos da imprensa.
Uma intervenção foliona do “Cachimbó” que começou de forma individual, evoluindo depois para uma participação coletiva com a formação dos “Malhos”, acabando por ali a sua popular forma de gozar o Carnaval de Ovar…
Uma salutar irreverência carnavalesca e uma tarefa que parece que lhe esteve sempre, tantas vezes espontaneamente, à última da hora, para desfilar, ultimando a caracterização do piadista.
José Lopes

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