Guerras no MundoPrimeira Vista

“War Maker”: Como pode a guerra afetar os nossos sonhos?

Desde a sua infância, e para onde quer que Karim Shaheen e a sua família fossem, havia sempre uma guerra a deflagrar. Primeiro, a Guerra Irão-Iraque (1980-1988); depois, a Guerra do Golfo em 1990 (Iraque-Kuwait); e, por fim, a Guerra Civil na Jugoslávia, em 1991.

Assim, durante 11 anos, um palestiniano convenceu-se de que levava a guerra consigo para qualquer lugar em que decidisse viver. Isto tocou-o de tal forma que, a dada altura, Karim começou a perguntar a si próprio:  Seria ele um Fazedor de Guerras, ou seja, um “War Maker”?

Cuspido e deportado da Síria em 2000, Karim fugiu para outras paragens, Rússia, Ucrânia, Roménia e Hungria, até que finalmente terminou no país com que sonhava em criança: os Estados Unidos da América. Abriam-se as portas para o sonho. Desde muito novo que Karim tinha uma enorme paixão por filmes de ficção científica e tinha o sonho de tornar-se um designer de efeitos visuais na América.

A realidade absurda e brutal de Karim colocou-o numa encruzilhada entre o amor, os sonhos e as ligações familiares. “War Maker” é a última criação do palestiniano-jordano Husam Abed que conheceu Karim Shaheen durante o tempo que passaram juntos no Campo de Refugiados de Yarmuk, em Damasco, na Síria, onde partilharam uma casa. Mostra-nos a maldição da guerra na vida de um homem.

Husam Abed inspirou-se na vida de Karim Shaheen

Karim Shaheen era alguém que gritava durante a noite, dizendo-se o “fazedor (ou rastilho) de guerras”, aquele que levava os conflitos consigo para onde quer que se deslocasse. “War Maker” espelha as suas memórias de guerra, a fragilidade da sua existência e levanta questões relacionadas com a identidade.

A obra baseia-se na história verídica de Karim Shaheen, um artista visual palestiniano de Gaza, e na forma como a sua vida e sonhos foram afetados pela vivência de três guerras diferentes no espaço de onze anos (1980-1991).

Uma performance multidisciplinar que mistura arte visual e novos media, documentário e teatro de objetos, como uma câmara de ressonância, em que o público partilha o ponto de vista do artista, ao viver num exílio contínuo que chega a Ovar no final do mês.

A história verídica de Karim Shaeen, apresentada por Dafa Puppet Theatre, esteve no Teatro São Luís, em Lisboa, no ano passado, e agora é a vez da SEDE, em Ovar, receber tão aclamado e intenso espetáculo.

Será no próximo dia 31 de Janeiro. pelas 21.30. no espaço da SEDE, na Rua Camilo Castelo Branco n.⁰30 – [email protected]

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