Pais que não suportam o choro dos filhos
Irritam-se, bufam, pedem (às vezes ordenam) que as crias se calem, no limite gritam-lhes para que parem de chorar – e, sem surpresa, fazem ainda pior. As explicações para esta “intolerância” e os sinais que devem levar à procura de ajuda.
Fábio Gomes, 35 anos, natural de Ovar, sempre se teve como alguém “bem-disposto e muito tranquilo”. “Tranquilo até em demasia, às vezes fazia-me bem ter um bocadinho mais de atitude”, atira, numa autocrítica divertida e saudável. A companheira, pelo contrário, foi sempre mais “explosiva”, um pequeno furacão, para o bem e para o mal. Portanto, quando começaram a pensar em ter filhos, ambos assumiram que seria mais ou menos assim: ela mais efervescente, ele o rei da paciência. Mas falharam o prognóstico. Na verdade, foi exatamente o oposto. “Costumo dizer que o meu filho, apesar de ter sido a melhor coisa que me aconteceu, despertou em mim um lado negro que eu não conhecia”, partilha Fábio.