Pedido arresto dos bens do suspeito do crime da grávida da Murtosa
Fernando Valente está em prisão domiciliária em Gaia
O arresto preventivo de todos os bens do empresário Fernando Valente, o único suspeito do assassínio da grávida da Murtosa, Mónica Silva, foi solicitado ao Tribunal de Aveiro pelo advogado que representa os dois filhos menores, de 15 e de 12 anos.
António Falé de Carvalho, o advogado contratado pela família de Mónica Silva, conhecida como grávida da Murtosa, que já está desaparecida desde 3 de outubro de 2023, vai pedir, entretanto, o reforço do valor das indemnizações requeridas pelo MP.
O Ministério Público, no seu despacho final pediu um total de 200 mil euros para as eventuais indemnizações aos dois filhos menores, quantias que António Falé de Carvalho considera “manifestamente insuficientes” e pedirá “um valor muito superior”.
Fernando Valente, considerado um dos homens mais ricos não só da Murtosa, como de toda a região marinhoa, tal como os pais, Manuel Valente e Rosa Cruz, é filho único, dispondo de avultado património imobiliário e de grande liquidez financeira.
Feto já estava apto para nascer
O caso do desaparecimento de Mónica Silva, grávida com sete meses de gestação, levou à acusação ao empresário Fernando Valente, também da Murtosa, como sendo autor dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e aborto agravado.
Segundo os relatórios clínicos, o feto já estava apto para um nascimento completo e com vida, não se vislumbrando quaisquer eventuais problemas na sua formação e denotando ser saudável, através das duas ecografias obstétricas, realizadas em Aveiro.
Fernando Valente, de 37 anos, divorciado, economista e empresário que desmentiu, desde sempre, qualquer envolvimento no desaparecimento de Mónica Silva, está em prisão domiciliária, em Gaia, a aguardar julgamento do Tribunal de Júri, em Aveiro.
Segundo a acusação do MP, com base nas investigações da PJ de Aveiro, a partir do momento em que Mónica Silva disse a Fernando Valente ser o pai do bebé que ainda trazia no ventre, este terá congeminado um plano para a matar, o que concretizou.
Fernando Valente terá armado uma cilada a Mónica Silva, com o pretexto de querer ver as ecografias obstétricas, atraindo-a um encontro, no apartamento da Torreira, onde já se costumavam encontrar, tendo-a então ido buscar perto de casa, na Murtosa.
O móbil do crime seria, segundo a acusação do Ministério Público, evitar que o bebé, já em condições de nascer em plenitude, não fosse um dos herdeiros de Fernando Valente, que já tem uma filha de nove anos de idade, fruto do seu anterior casamento.
Ainda segundo o MP de Estarreja, Fernando Valente também queria esconder o seu relacionamento com Mónica Silva, por se considerar de uma classe social superior, além de que a relação e em especial o bebé nunca teriam a aprovação dos seus pais.
JG