Cultura

Morreu Maria Almira Soares, vencedora do Prémio Vergílio Ferreira

Nasceu no lugar de São Miguel, em Ovar, em 1948, onde viveu a sua infância.

Começou a dar aulas em 1971, no então Liceu Nacional de Almada. Ao fim de um ano, Maria Almira Soares (MAS) foi transferida para o da Amadora, onde viveu o 25 de Abril e o PREC. No entanto, foi na Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Benfica, que passou a maior parte da sua carreira. Um percurso marcado, como o dos seus colegas, por numerosas reformas e alterações de Programas. “Testemunhei, impotente, a ‘morte’ do ensino do Latim e a saída, dos Programas de Português, de autores e obras essenciais à formação cultural de qualquer um”, desabafa. Mas apesar das pedras no caminho, continuou, até porque “neste vendaval de mudanças, houve coisas que nunca se alteraram, como a curiosidade das crianças e dos jovens e a minha vontade de os ensinar”, confessou ao Jornal das Letras.

Colaborou com a Câmara Municipal de Ovar no desenvolvimento de projetos culturais de grande relevância, ligados à promoção da leitura e investigação literária, onde se destacam atividades promovidas na Biblioteca Municipal, a participação no Festival Literário de Ovar, no documentário “O Projeto Literário. Crónicas de Júlio Dinis em Ovar”, a colaboração com o Museu Júlio Dinis e a publicação de artigos de investigação na revista “Dunas, Temas & Perspetivas”, sobre a obra literária de Júlio Dinis e a influência do território de Ovar na produção literária.

Publicou vários livros no âmbito do ensaio literário, da reflexão pedagógica, do apoio às aprendizagens da língua e literatura portuguesas e da literatura para crianças. Foi distinguida com o prémio da Associação Portuguesa de Escritores/2003, na modalidade de Literatura para a Infância e a Juventude e com o prémio Vergílio Ferreira — Ensaio, em 2010.

Faleceu em Lisboa, a 23 de setembro de 2024.

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