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Ronald DePinho mais perto do “elixir da juventude”

Nova perspectiva para o desenvolvimento de tratamentos destinados a combater doenças crónicas relacionadas à idade

A pesquisa focou a subunidade conhecida como transcriptase reversa da telomerase (TERT), cujos níveis diminuem naturalmente com o avanço da idade.

Restaurar esses níveis para um estado mais jovem utilizando um composto de pequena molécula demonstrou reduzir significativamente a senescência celular e a inflamação tecidual.

Além disso, o tratamento estimulou a neurogénese, melhorou a memória, e aprimorou a função neuromuscular, incluindo aumento da força e coordenação.

O estudo identificou um composto, denominado ativador de TERT (TAC), que não apenas restaura os níveis fisiológicos de TERT, mas também influencia a expressão de genes ligados a processos como aprendizagem, memória, e regulação da inflamação.

Essa abordagem não se limita apenas à extensão dos telomeros, estruturas cromossómicas que encurtam com o envelhecimento, mas também atua como fator de transcrição, afetando múltiplos aspectos do envelhecimento celular.

“A reativação terapêutica do TERT nos permitiu reprogramar a expressão de genes associados ao envelhecimento, resultando em melhorias significativas na cognição, desempenho muscular, e redução de marcas de doenças relacionadas à idade”, explicou Ronald DePinho, professor de Biologia do Cancro e autor do estudo. 

O TAC mostrou eficácia em modelos equivalentes a adultos com mais de 75 anos, promovendo a formação de novos neurónios no hipocampo, melhoria no desempenho cognitivo, e redução da inflamação em amostras de sangue e tecidos.

Adicionalmente, o tratamento com TAC reverteu a sarcopenia, caracterizada pela perda de massa e força muscular associada ao envelhecimento.

Embora promissor, os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais estudos clínicos para avaliar a segurança e eficácia a longo prazo do TAC.

No entanto, esses resultados oferecem uma nova perspectiva para o desenvolvimento de tratamentos destinados a combater doenças crónicas relacionadas à idade, como Alzheimer, Parkinson, doenças cardíacas e cancro.

Esta descoberta não apenas lança luz sobre os mecanismos moleculares subjacentes ao envelhecimento, mas também sugere novos caminhos para intervenções terapêuticas que possam potencialmente transformar a saúde e qualidade de vida de populações idosas no futuro.

O professor e investigador Ronald de Pinho é filho de portugueses de Ovar, emigrados nos Estados Unidos.

Ronald já quase só vem a Portugal por razões profissionais. “Ia a Ovar ocasionalmente”, mas quando a mãe adoeceu, deixou de vir. Cresceu lá fora e por isso tem dificuldades em falar português.

Fala com enorme admiração do pai, Álvaro de Pinho, ovarense que correu atrás do sonho americano, após anos no Brasil.

 

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