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(Mulheres à) Chegada das redes ao Furadouro

Nas fotografias de Maria Lamas sobressai esta. Belas varinas na Praia do Furadouro, em Ovar, de sorriso inocente na cara e canastras cheias à cabeça ou à ilharga.

Na Gulbenkian expõem-se pela primeira vez em Portugal 67 fotografias de Maria Lamas,  jornalista e escritora que lutou pela paz e pela emancipação feminina, sempre na oposição ao Estado Novo.

Fotografias que Maria Lamas fez pelo país, no século passado. São expostas pela primeira vez em Portugal. O curador, Jorge Calado, considera que Maria Lamas um exemplo de cidadania e “a mulher mais notável no Portugal do século XX”.

As fotografias agora expostas revelam as “condições em que viviam e trabalhavam” as mulheres que Maria Lamas encontrou no Portugal do campo, mas também do litoral. A pobreza era uma marca.
“Aquilo que nos impressiona mais é a pobreza de muitas delas e ela revolta-se até com um certo conformismo que notava nelas, porque elas diziam que eram escravas, que era algo do destino”, explica Jorge Calado.
Setenta e seis anos depois de Maria Lamas ter publicado o livro “As Mulheres do Meu País”, o olhar fotográfico da jornalista e defensora dos direitos humanos “continua a dar-nos uma grande lição de cidadania”, considera o curador.

Até 28 de maio, na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

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