Um dos moradores da casa que ardeu esta madrugada, na rua da Oliveirinha, em Ovar, conta o horror que viveu com a mãe e o irmão.
Na versão contada por Lourenço Lopes, “o fogo começou cá em baixo, na sala”. “Senti o fumo no corredor, vi as labaredas e só tive tempo de ir salvar a minha mãe que já estava deitada”. Foi tudo muito rápido.
Mesmo a chover, saíram para a rua. Ficou tudo na casa, todos os seus haveres, documentos, e “até o nosso cão morreu”.
As autoridades ainda investigam, mas Lourenço Lopes aponta um curto- circuito como causa mais provável.
A mãe, de 80 anos, e os filhos, ambos na casa dos 50, saíram para a rua apenas com a roupa que tinham no corpo, tendo sido realojados pelos serviços sociais da Câmara Municipal de Ovar.
A mãe e o filho mais novo ficaram numa unidade hoteleira, enquanto o mais velho foi pernoitar a casa de um familiar em São João de Ovar.
“Não temos mais para onde ir e ficamos sem nada”, diz Lourenço, lamentando a triste sorte.
Esta versão dos acontecimentos é contrariada pelos vizinhos que garantem que apenas a mãe e o irmão estavam em casa, tendo tido o auxílio de amigos e vizinhos para sair.
Mesmo assim, apela à solidariedade dos vareiros através das redes sociais, solicitando roupa, eletrodomésticos, e todo o tipo de ajuda.
Salvar os Azulejos!
João Mesquita, comandante dos Bombeiros Voluntários de Ovar, explicou que “as madeiras antigas, envernizadas e muito secas, arderam com muita intensidade e a prioridade foi impedir que o fogo se propagasse a outras casas”. O fogo habitacional foi dominado às 00h30, mas manteve-se uma “equipa no local de prevenção durante todo o dia de ontem”. Apesar do interior ter ficado totalmente destruído a fachada de azulejo ficou intacta. “Tivemos também essa preocupação de salvar a frente da casa que apresenta elementos de interesse arquitetónico”.
No total, estiveram oito veículos e 18 elementos operacionais da corporação vareira no combate ao fogo.
*Notícia atualizada no dia 4 de novembro
