Cultura

O Bairro da Madragoa e a comunidade “Ovarina” no século XIX

Por Delminda Rijo e Fátima Aragonez

A crescente idealização da varina como figura de Lisboa, verificada no século passado, incentivou o estudo do principal grupo do qual ela dimanou, a comunidade “ovarina” da Madragoa. Desde finais do século XVIII que vagas de pescadores oriundos de territórios ribeirinhos nacionais, particularmente da região de Aveiro, protagonizaram movimentos migratórios oscilantes aportando sazonalmente nas praias de Lisboa.

A localização da freguesia de Santos-o-Velho junto ao rio e a contígua costa marítima em cujas águas abundava o pescado converteu o bairro da Madragoa num importante ponto de fixação da comunidade piscatória migrante.

Numa primeira leitura e excluindo os movimentos sazonais de inícios de Oitocentos, os naturais das ilhas atlânticas, particularmente dos Açores foram os mais numerosos, progressivamente ultrapassados pelos naturais de povoações piscatórias do norte, particularmente de Estarreja e Murtosa, que por sua vez foram cedendo terreno aos naturais de Ovar.

Esta dinâmica é comprovada num assento de casamento de 8 de Maio de 1864, data posterior à construção da linhade caminho-de-ferro e em período de pleno crescimento populacional, segundo o qual o marítimo Francisco José Gomes Cascarejo testemunhou o casamento do fragateiro José António Moreira com Delfina Gomes do Pinho, todos naturais de S. Cristóvão de Ovar. A testemunha foi indicada como moradora, mas habitando “temporariamente na sua fragata, ancorada nesta freguesia”.

Ler mais do estudo “O Bairro da Madragoa e a comunidade “Ovarina” no século XIX“, de Delminda Rijo e Fátima Aragonez.

 

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