“O grito da raposa na noite fria” selecionado para competição internacional
O filme “O grito da raposa na noite fria”, a primeira longa metragem em documentário, de Rui Pedro Lamy, está selecionado para competição internacional do Parnu Film Festival na Estónia, um certame internacional de antropologia.
Este documentário é o primeiro de três filmes que o realizador vareiro está a produzir e a realizar sobre as festas de inverno do nordeste transmontano e o território de Trás-os-Montes.
“Tem sido uma oportunidade única para mim poder estar a realizar este trabalho – quem me dera poder ter mais foco nele do que consigo ter – mas acredito vivamente que este documentário é o conjunto dos três irão fazer um registo único que irá prevalecer no tempo de uma das regiões de Portugal que mais me toca no coração”, diz Rui Pedro Lamy.
Pretende-se, numa sessão comentada, revelar ao público Ovarense o filme documentário de Rui Pedro Lamy, “O Grito da Raposa na Noite Fria”.
Numa aldeia no interior de Portugal, no nordeste transmontano, um grupo de rapazes vence o tempo e a distância trazendo ciclicamente à sua aldeia, o momento mágico da festa de inverno. Uma festa com raízes ancestrais, bem anteriores ao Cristianismo e que ainda hoje prevalece viva na alma da sua gente.
Como em grande parte das aldeias do interior do país, a imigração é uma sombra definida e persistente, e a busca por uma vida melhor oferecem-nos emoções mistas e contraditórias, mas a força da amizade e o sentimento de comunidade é mais forte para todos aqueles que regressam a casa, anualmente, para se reunirem e darem vida à aldeia.
O cinema documental é uma produção artística, via de regra um filme, não-ficcional, que se caracteriza principalmente pelo compromisso da exploração da realidade. Isto não significa que represente a realidade «tal como ela é»: o documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjetiva da realidade.