Marcha de protesto exige ser ouvida pelo Ministério da Saúde
Cerca de duas mil pessoas participaram, esta sexta-feira, em Ovar, num protesto contra a eventual referenciação à Unidade Local de Saúde (ULS) de Aveiro e a favor da ULS de Santa Maria da Feira.
Partindo do quartel dos Bombeiros Voluntários de Ovar, a marcha foi juntando pessoas e seguiu até ao Tribunal de Ovar com palavras de ordem como “Ovar Sim”, “Aveiro Não” ou “Coimbra Não”, entre outras.
“É desumano pensar em enviar os nossos doentes para Aveiro quando temos um hospital em Ovar com todos as condições e o da Feira a dez ou quinze minutos de distância”, explicou Daniela Lopes, coordenadora da Plataforma de Intervenção Cívica – Coração Vareiro, estrutura apartidária que criou o movimento intitulado ASO – Acorda, Ovar, Saúde e foi a organizadora do protesto.
«Não podemos concordar com o facto da já referida reestruturação dos cuidados de saúde do concelho de Ovar e defendemos a afectação à ULS de Santa Maria da Feira», salientou. Também queremos “a reabertura do Serviço de Urgência Básico e o reforço de valências do Hospital Dr. Francisco Zagalo, a reabertura dos Polos de Arada e Maceda, assim como a melhoria de recursos médicos e de enfermagem”.
Daniela Lopes disse que, perante esta mobilização, «vamos ver o que vai acontecer e que respostas vamos ter». «Se não forem de acordo com o que nós esperamos vamos continuar a protestar e a nossa ideia pode passar mesmo por uma ida até Lisboa para repetir esta marcha em Lisboa até ao edifício do Ministério da Saúde».
Em declarações ontem prestadas à agência Lusa, Salvador Malheiro, presidente da Câmara de Ovar, afastou-se da posição da CIRA tomada em dezembro último e revelou o seu “desacordo de princípio” quanto à referenciação dos utentes vareiros para Aveiro e garante desejar o mesmo que os seus munícipes. “Pela proximidade que temos com as nossas gentes, sabemos bem que elas querem ser referenciadas para o local mais próximo e não para o local que mais convém ao Ministério da Saúde”, afirma.
O autarca social-democrata informou que comunicou à tutela a preferência pela afectação à ULS da Feira e adianta que solicitou “nova reunião com diretor executivo do SNS, aguardando-se o seu agendamento”.