Jovens e o mercado de trabalho durante situações de instabilidade económica – Por Diogo Pinheiro
A juventude portuguesa tem enfrentado dificuldades crescentes no mercado de trabalho nos últimos anos, especialmente em situações de instabilidade económica tais como a crise financeira de 2008, a pandémica e agora a inflação resultante da Guerra na Ucrânia. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego entre jovens portugueses com idades entre 15 e 24 anos chegou a 26,9% em 2020, o que representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores.
Para agravar esta situação, os jovens com idades inferiores a 30 anos são os que tem a menor duração de acesso a prestações de desemprego do que os restantes em Portugal, o que acarreta uma maior pressão financeira para os jovens.
Segundo o Observatório do Emprego Jovem, apenas 45% dos jovens portugueses com idades entre 18 e 24 anos têm um emprego remunerado. Além disso, muitos jovens que conseguem emprego enfrentam o desafio de encontrar empregos que correspondam ao seu nível de qualificação e às suas expectativas salariais. Muitos são forçados a aceitar empregos precários e temporários, o que pode afetar negativamente a sua segurança financeira e a sua perspectiva de carreira a longo prazo.
O impacto da crise econômica causada pela pandemia de COVID-19 tem sido particularmente sentido pelos jovens, que enfrentam uma concorrência feroz por empregos limitados e que muitas vezes são os primeiros a serem demitidos em períodos de instabilidade.
Para lidar com este problema crescente, é importante que o governo português tome medidas para apoiar a juventude no mercado de trabalho. Isso pode incluir investimentos em programas de treinamento e qualificação, a criação de incentivos fiscais para empresas que contratem e retenham jovens, e a promoção de oportunidades de emprego para jovens qualificados através de parcerias com universidades e outras instituições de ensino, como centros de Especialização Tecnológica. Além disso, é fundamental que sejam aumentadas as prestações de desemprego para jovens, com duração equivalente às dos adultos com 30 anos,
para garantir a segurança financeira dos jovens durante períodos de instabilidade económica.
Também é importante que as empresas portuguesas façam a sua parte, oferecendo
oportunidades de emprego justas e estáveis para os jovens e investindo em programas de formação e desenvolvimento de carreira.
A juventude portuguesa é o futuro do país e é crucial que sejam dadas as oportunidades adequadas para que possam ter sucesso e contribuir para o desenvolvimento económico do país. É responsabilidade de todos nós garantir que os jovens tenham as ferramentas e o apoio de que precisam para construir um futuro promissor e próspero.
Diogo Pinheiro