Cultura

Adriana Calcanhotto estreia novo espectáculo em Portugal

Digressão passa também por Estarreja

Analisar os mais de 30 anos de carreira de Adriana Calcanhotto é olhar as artes através e para lá da música. Desde que surgiu em 1990 com “Enguiço”, o seu primeiro álbum que à capa colorida juntou uma vivacidade de tonalidades nas composições e na voz inconfundível, que Calcanhotto veste a sua música das mais variadíssimas influências.

Mário de Sá-Carneiro, poeta do qual ela é embaixadora no Brasil, deu-lhe as palavras para compor “O Outro”; o poeta brasileiro Waly Salomão é presença recorrente na sua obra, desde “A Fábrica do Poema”, considerado disco do ano em 1994, a “Maré”, de 2008, o segundo de uma trilogia marítima também composto por “Maritmo” (1998) e “Margem” (2019); em “Esquadros” pintou o mundo com as cores de Frida e Almodóvar e em “Parangolé Pamplona” cita a obra do artista visual Hélio Oiticica; “Vamos Comer Caetano” devora pela frente e pelo verso Caetano Veloso; a digressão “A Mulher do Pau Brasil” transformou a “Noite de São João” de Alberto Caeiro em canção; e o que dizer de “Loucura”, espetáculo que acabou por ser editado em disco e que comemorou o centenário de nascimento de Lupicínio Rodrigues, grande cantor e compositor brasileiro?

Mas, como já percebemos, Calcanhotto tem com o nosso país uma história de amor que vai muito além dos megassucessos: só entre 2013 e 2015 esgotou 17 apresentações ao vivo, que atravessaram todo o país, arquipélagos incluídos. A nomeação como Embaixadora da Universidade de Coimbra, em 2015, à qual se seguiram convites em anos sucessivos para dar aulas e fazer residências artísticas nessa instituição, foi a manifestação mais evidente deste relacionamento sólido e feliz.

Por isso, o anúncio de uma nova digressão de Adriana Calcanhotto em Portugal é sempre um motivo de grande celebração: aqui ela está em casa e será sempre recebida com muito amor e devoção. É em território nacional que Calcanhotto inicia a tour mundial do seu 13º disco de originais e o vigésimo da carreira. A estreia mundial acontece no Convento São Francisco, em Coimbra, no dia 24 de maio. Seguem-se o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a 26 de maio, o Cine-Teatro de Estarreja, a 27 de maio, o Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, no dia 29 de maio, a Casa da Música, no Porto, a 31 de maio e, por fim, o Teatro das Figuras, em Faro, a 23 de junho.

De lembrar que Calcanhotto, cujo heterónimo infantil Adriana Partimpim lhe valeu um Grammy Latino na categoria Melhor Álbum Infantil (2006), tem também obra lançada no campo literário, como o livro de letras “Pra que é que serve uma canção como essa?”, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz. É esta autora e interprete multifacetada, que só no Spotify conta com cerca de 1,3 milhões de ouvintes mensais, que Portugal vai celebrar no próximo ano. Os bilhetes para o Porto e para Lisboa já estão à venda e disponíveis na Ticketline, nas salas e nos locais habituais.

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