Limpeza urbana anda pelas “ruas da amargura”
A vegetação cresce desordenadamente, tudo invade, e as autarquias (parece que) não se entendem.
A União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira (UFO) nota o “estado absolutamente lastimável em que está a limpeza das nossas ruas”, mas aponta o dedo à Câmara Municipal de Ovar a quem diz que “sempre pressionou para fazer o que lhe compete”.
Enquanto essa competência era da UFO, Bruno Oliveira diz que “nunca deixamos as ruas chegar ao ponto em que as vemos agora, (…) apesar das condicionantes”.
O autarca socialista informa que tem enviado chamadas de atenção ao plano de limpeza da Câmara Municipal de Ovar, lembrando que a “limpeza de vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros são da responsabilidade de Edilidade”.
A UFO solicita à Câmara que “ponha mais equipas no terreno e que cuide do nosso território, pois é para isso que essa Câmara recebe verbas do orçamento de estado”.
Ouvido pelo OvarNews, o vice-presidente Domingos Silva estranha o teor das declarações da UFO, porque “lavra em dois equívocos, já que desde 2013 que é esta Câmara a responsável pela limpeza do espaço público no concelho”.
Neste momento, compete à câmara essa limpeza, mas já tentou transferir essa responsabilidade para as juntas, que aceitaram, excepção feita à UFO e Válega. “Mas isso não impede que tenha havido sempre espírito de colaboração entre nós, e daí estranhar este comunicado”, adirma o vice de Salvador Malheiro.
À questão da transferência responde Bruno Oliveira: “Não se concretizou por não chegarmos a acordo sobre os recursos humanos e/ou financeiros a transferir para tal competência”, salientando que, “em reuniões tidas com o Dr. Domingos Silva, chegou-se à conclusão que a Câmara Municipal teria mais meios à sua disposição para conseguir desempenhar essa competência de forma mais eficaz e sem prejuízo para a população”.
“Ninguém mais do que nós gostaria de ter tudo limpo, mas isso tem um preço”, atira o vereador social-democrata, informando que o Município lançou um concurso público para contratar serviços de limpeza, no valor de 70 mil euros, “que ficou deserto”. Domingos Silva sustenta que as condições do tempo têm favorecido o crescimento desmesurado de vegetação que se torna mais notório porque a câmara não utiliza glifosatos a bem do ambiente.
O vice-presidente social democrata adiantou que está a preparar o lançamento de um novo concurso e espera ter mais sorte desta vez na contratação do desejado serviço.