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Designer e professora dá exemplo para salvar património navegável

Etelvina Almeida expõe no Posto de Turismo do Furadouro

Etelvina Almeida é uma dos nomes a expor actualmente, na colectiva de fotografia, “Água”, da Associação de Fotografia e Artes Visuais da Murtosa, no Posto de Turismo do Furadouro, até 4 de setembro.
Designer e professora, ela notabilizou-se ao dar o exemplo para salvar património navegável em risco de extinção.
Eterna apaixonada da Ria de Aveiro, Etelvina Almeida recuperou a embarcação “A Menina da Ria”, no âmbito de Mestrado em Design, pela Universidade de Aveiro, com o tema “Embarcações Tradicionais da Ria de Aveiro: análise formal, o desenho e o processo construtivo”.
Amante da laguna aveirense, fez um aturado trabalho de investigação e adquiriu uma pequena embarcação tradicional, uma bateira caçadeira, com 5,75 metros de comprimento e com uma vida de 22 anos de serviço.
A autora perdeu a conta dos dias de observação, a acompanhar construções e reparações de barcos, a fazer medições, desenhos, registos fotográficos, a falar com pescadores, carpinteiros, a conhecer os costumes, consultar arquivos e indagar entidades. O diário de bordo está online ficou registado em https://etelvina.wordpress.com.
O restauro foi realizado pelo Construtor Naval Tradicional, José Rito, no Estaleiro-Museu da Torreira (Murtosa), tendo contado com a colaboração de Alfredo Rebelo moliceiro da Ria de Aveiro e, com a de José Oliveira (artista plástico, pintor dos painéis dos barcos moliceiros da laguna), na decoração.
Esta embarcação de trabalho, que se encontrava em fim de ciclo de vida, passou a ter uma nova função, a de lazer. A forma da embarcação foi aprimorada. Apetrechou-se a bateira com a palamenta tradicional adequada, e realizaram-se alterações no sentido de lhe acrescentar os meios de propulsão tradicionais, podendo actualmente navegar à vela ou a remos e, ainda, à vara ou a motor.
Mais do que uma apaixonada pela laguna, Etelvina Almeida é uma verdadeira defensora – e embaixadora – das embarcações tradicionais da laguna. E a sua vontade de as preservar parece estar longe de terminar.
O objectivo de Etelvina mantém-se firme: divulgar o património navegável da Ria de Aveiro, que ainda existe, e o de sensibilizar para a sua perda. Veio parar ao sítio certo.

 

EXPOSIÇÃO coletiva de fotografia
ÁGUA da Associação de Fotografia e Artes Visuais da Murtos

6 de agosto a 4 de setembro
Posto de Turismo do Furadouro

 

 

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