Rui Gomes, uma “máquina” que quer consolidar-se no Top Nacional
É de Ovar mas corre em Espinho com as cores do Sporting Clube local. Mas não corre uma distância qualquer. Depois de ter praticado basquetebol na Ovarense, Rui Gomes é hoje um atleta que se especializou em provas de Triatlo Longo, ou seja, faz 90 quilómetros a pedalar e ainda tem folego para nadar quase dois km e correr 21 km – normalmente, demora mais de 5 horas a completar as suas provas.
Mas classifica-se quase sempre entre os maiores da sua faixa etária (AG45-49), cotando-se actualmente como um dos melhores atletas do país nesta especialidade.
Foi preciso alguma persuasão para fazer esta entrevista a propósito de mais um êxito desportivo alcançado no início deste mês, no Triatlo Longo da Guarda, no qual atingiu um dos seus objectivos traçados para esta época ao classificar-se em terceiro lugar numa prova que é uma das etapas do Campeonato Nacional de Triatlo Longo.
Por fim, uma palavra para o Sporting Clube de Espinho, que consolidou a sua presença massiva em provas e ocupou diversos lugares no pódio dos diferentes grupos de idade, na geral individual e na classificação colectiva.
🏊♂️1900 – 35′
🚵♂️ 90km Bike- 2:59h
🏃21km Corrida – 1:30h
3º CLASS. CAMPEONATO NACIONAL AGEGROUP
Tempo: 5h08′ 26º GERAL
SEIS PERGUNTAS A RUI GOMES
- Como surgiu o triatlo na tua vida?
O triatlo surgiu na minha vida de uma forma muito natural. Desde sempre, fui um praticante regular de exercício físico o que também me ajuda na minha atividade profissional. Depois de 16 anos de praticante de Basquetebol a nível federado, surgiram as corridas semanais como forma de manter a condição física. Depois o BTT ao fim de semana com um amigo e posteriormente as primeiras provas de duatlos. A natação surge mais tarde, quando
comecei a incluí-la como forma de ajudar na recuperação física. Por influência de um colega de profissão, decidi participar numa prova de triatlo e a partir daí fique viciado, pelo desafio que cada prova te coloca.
2. Qual é a tua modalidade preferida?
Apesar de não ser um nadador exímio, o segmento que mais gosto é o da natação, pela sensação diferente que o meio aquático te proporcionada e pelos locais de prova em que decorre (mar, rios, barragens, etc…).
3. Quais são os teus grandes objectivos para este ano?
Um objectivo que me proponho todos os anos é continuar a evoluir na modalidade, porque ainda existe muita margem para progredir e, acima de tudo, divertir-me. A nível desportivo, gostaria de conseguir fazer top7 no Campeonato Nacional de Triatlo Longo no meu Agegroup e depois fazer alguns pódios nas distâncias sprint e olímpica.
4. É difícil conciliar vida profissional com preparação e provas?
Se dissesse que era fácil, estaria a mentir. Isto é um hobby e como tal, não pode ou pelo menos não deve retirar tempo a tudo o resto. Como o treino de triatlo implica que tenhas de treinar os 3 segmentos, isto leva a que não sobre muito tempo. Daí, para conseguir treinar no meu dia a dia, faço-o regularmente nas horas de almoço ou no final do dia de trabalho, porque durante um dia normal é difícil ter disponibilidade. Por norma as provas decorrem ao fim de semana o não interfere com a vida profissional, mas mais importante, temos que a conciliar com a vida familiar que tem quase sempre prioridade.
5. Como correu o último Triatlo Longo da Guarda?
O triatlo da Guarda correu como tinha previsto. Foi uma prova duríssima pela altimetria do segmento da bicicleta, do tipo de percurso na corrida e pelo calor que se fez sentir em alguns momentos da prova. Apesar disso, é uma prova que gosto de fazer, pelo desafio que te coloca. No segmento da natação, apesar de não ter feito um grande tempo, consegui manter um ritmo tranquilo sem grande desgaste. Na ‘bike’, como sabia que tinha muita subida, procurei fazer uma boa gestão do esforço, para chegar ao segmento da corrida e manter um ritmo alto e desta forma ir ganhando uns lugares na classificação. E foi mais ou menos isso que aconteceu.
6. Das provas em que participaste, qual é a tua preferida?
Há duas provas que destaco por motivos diferentes. O Triatlo Longo de Setúbal é uma delas, porque é uma prova muito bem organizada, os atletas têm um tratamento VIP e depois a prova decorre no meio de uma paisagem deslumbrante (serra da Arrábida). A segunda é a etapa o X-Terra Portugal, que é uma variante do triatlo mas na versão cross. Nesta, tens todas as sensações de um triatlo normal mas consegues ter mais diversão/prazer, pelo facto do segmento da bike ser BTT e a cada instante, tens estímulos e reações diferentes, face aos desafios próprios do percurso.