“Só descansaremos quando a nossa menina voltar sã e salva!”
Parece que foi há muito tempo, mas não passaram dois meses desde que Anastacya Komarenco, passou o Natal em Ovar, na companhia do casal Tiago Sousa e Tânia Pinto. O principal objectivo foi proporcionar-lhe umas férias num ambiente mais saudável e abrir perspectivas para uma vida melhor, de preferência longe do local onde ocorreu o pior desastre nuclear a que o mundo assistiu, há 33 anos, e onde a radioactividade é ainda uma ameaça e continuará a contabilizar vitimas nas próximas décadas.
Ninguém imaginaria que a menina ucraniana estivesse hoje a lutar pela sobrevivência, escondida numa cave insalubre na companhia de alguns familiares e do medo que lhe tolda a força de viver. O casal conta que está em permanente contacto com a menina ucraniana e que ontem a ouviram contar que “está muito mau em Ivankiv, a cidade onde vive”.
“Cada dia que passa, fica mais difícil, nós não temos noção. Não podem sair de casa sob pena de serem baleados pelos militares russos”. “Eles atiram mesmo a matar aos civis”, conta o casal. “Ontem, estávamos ao telefone e, de repente, ouvimos tiros, ficámos horrorizados”.
Pouco depois, um míssil passou por cima da casa onde Anastacya mora e só o rasto foi suficiente para atear fogo ao telhado que começou arder. “Tiveram que fugir. Neste momento, estão noutra casa de uma avó, escondidos numa cave”.
É a Associação “És Per tu” que está no terreno para libertar estas crianças inocentes de uma guerra terrível. “Quem nos quiser ajudar a trazer as crianças para Portugal e Espanha poderá fazer um donativo a esta associação, que está a trabalhar para todos nós, para que possamos recebê-las nas nossas famílias”.
“Só descansaremos quando a nossa menina voltar sã e salva!”