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Corticeiros à Flor(grade) da relva no Buçaquinho

O Florgrade Football Club venceu a final da primeira divisão aveirense. Mas de onde surgiu este clube que tem sede em Rio Meão, Feira, e joga e treina no Campo do Buçaquinho, em Cortegaça.

José Carlos Ferreira, conhecido no futebol por Zé Carlos, conta que a aventura no mundo dos negócios foi alavancada pela experiência familiar. O fundador da Flograde, que deu também o nome ao clube de futebol criado há seis anos, é administrador da sua empresa de cortiça desde 2008. O defesa, que alinha na equipa que compete na 1.ª Divisão Distrital, trabalha no ramo desde os 16 anos. Nessa altura, “tinha o sonho de ser jogador profissional”, mas viu-se obrigado a encontrar um caminho paralelo ao do futebol.

“O negócio da cortiça já vem dos meus avós e do meu pai. Além disso, a família do meu sogro sempre trabalhou na cortiça. Assim, eu e a minha esposa criámos a Florgrade, depois de analisar a minha situação no futebol”.

“Aos 19 anos, quando estava no União de Lamas, que disputava a 2.ª Liga, sofri uma lesão grave e com as dificuldades de recuperação nos três anos seguintes percebi que não ia conseguir alcançar o patamar que desejava”, conta.

Zé Carlos aproveitou os conhecimentos e a experiência adquirida da área da cortiça para criar a Florgrade. “Sou muito ambicioso e queria ter uma vida boa. O meu pai já tinha a empresa e nós queríamos diferenciar-nos para não competirmos com as empresas da família. Desde o início correu tudo bem. Começámos a especializa-nos em rolhas do tipo bartop, que são, entre muitos exemplos, para garrafas de Vodka, Whisky ou Gin”, explicou numa entrevista recente à AFAtv, salientando a ajuda da família no crescimento da empresa.

“O nosso forte é qualidade das rolhas. É nisso que sempre apostamos, bem como nos testes sensoriais aos materiais utilizados. Estamos preparados para fornecer o nosso produto ao mais lato nível. Para isso muito tem contribuído o meu pai, que me ajuda na escolha e na compra da cortiça, e o meu sogro, ligado à exploração da cortiça e à venda de rolhas”, afirma.

Aos 37 anos, Zé Carlos garante que entre o futebol e a cortiça há diferentes objetivos, mas diz-se satisfeito por conseguir fazer a ponte entre os dois mundos. “O futebol não deixa de ser uma grande paixão, mas a minha vida é a cortiça. Felizmente, consigo juntar ambas as coisas, porque o objetivo do clube de futebol é promover a imagem da cortiça. Oferecemos sempre lembranças aos nossos adversários feitas em cortiça, e a nossa indumentária de saída para os jogos tem produtos em cortiça, como mochilas, bonés e sapatilhas”, refere.

Um pouco de História

Com a ambição de “passar os valores do futebol de 7 para o futebol de 11”, o Florgrade FC já era tricampeão ibérico de minifootball, estreou-se, há dois anos, na 2.ª Divisão Distrital de Aveiro, tendo subido de imediato à 1.ª Divisão.

Os últimos anos foram de sucesso para o clube do concelho de Santa Maria da Feira no futebol de 7, comprovado pelos vários títulos conquistados, alguns deles além-fronteiras. Ancorado nessa dinâmica de vitórias, o clube decidiu criar uma equipa de futebol de 11 para competir nas provas da Associação de Futebol de Aveiro.

O Florgrade, que joga sob o lema “we play cork”, tem a sua casa em Cortegaça, em Ovar, local onde já disputava os seus jogos caseiros na variante do futebol de 7. José Carlos afirma que o Florgrade está feliz em Cortegaça e ressalva a ajuda que o clube tem recebido ao longo do tempo por parte das pessoas ligadas ao emblema local:

“No futebol de 7 nós já jogávamos em Cortegaça e sempre tivemos uma excelente relação com as pessoas, que nos ajudaram e ajudam bastante, pelo que decidimos continuar a jogar lá. As pessoas de Cortegaça estão nos a dar tudo e posso dizer que até celebrámos um protocolo recentemente com o FC Cortegaça, em que as suas camadas jovens serão filial do Florgrade e os Juniores e até os Juvenis vão poder jogar pela nossa equipa caso nós precisemos ou queiramos. É certo que, neste momento, as infra-estruturas são curtas para o que nós pretendemos ter um dia, mas temos matéria para crescer ali, há muito espaço livre em redor e vamos dar um passo de cada vez juntamente com a ajuda das pessoas e do clube. Estámos felizes em Cortegaça e gostávamos de lá continuar por muito tempo”, diz ao Conversas Redondas.

Via
Conversas redondas

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