Recolha intensiva de resina e lixo plástico nos pinhais de Ovar
Populares que caminham pelos pinhais de Ovar estão a denunciar a recolha intensiva de resina com recurso ao excessivo número de cortes em cada árvore e ao abandono de recipientes plásticos nos locais.
O alerta refere-se a situações detectadas em áreas protegidas do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, onde o tronco de vários pinheiros chega a apresentar seis a 10 cortes para encaixe de recipientes destinados a recolher a substância viscosa libertada pela árvore – material esse do qual se extraem componentes para produtos como diluentes, vernizes ou elásticos.
Essa operação de resinagem intensiva, efectuada por desconhecidos, começa por representar um risco sanitário para a sobrevivência dos pinheiros, já que o número de cortes em cada árvore tem sido excessivo mesmo de acordo com os parâmetros da chamada “resinagem à morte”, que cujo regime jurídico está definido no Decreto-Lei n.º 181/2015.
O presidente da Junta de Freguesia de Cortegaça, Sérgio Vicente, alertou recentemente para este tipo de exploração. “Desde que o pinhal de Leiria ardeu que se viraram para os nossos pinhais”, explicou ao OvarNews, aludindo para o perigo deste tipo de extracção intensiva poder estar a contribuir para o fim dos pinheiros que secam prematuramente”. “É preciso começar a pensar seriamente na “reflorestação desta mata que é protegida”, apelou.
O BE também critica o “foco de poluição” e o “aspecto enfraquecido” das árvores, lembrando que em causa está uma “área de responsabilidade pública”, onde todas as intervenções deveriam ser fiscalizadas de forma “obedecer às melhores práticas, garantir a salvaguarda da floresta e assegurar o bom estado ecológico do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, protegendo a sua biodiversidade”.
Por isso mesmo, o BE quer que o Governo identifique qual a entidade a quem compete fiscalizar essa resinagem e adiante “que medidas vai tomar junto das entidades competentes” para eliminar os dois problemas e “apurar os seus autores”.