Hospital de Aveiro quer baixar espera de resultados da testagem
Laboratório de Patologia Clínica processa testes para o Hospital de Ovar
O Laboratório do Hospital de Aveiro vai reduzir para um terço o tempo de espera pelos resultados dos testes de covid-19 e aumentar a capacidade de os processar, revelou fonte hospitalar.
Ali viveram-se momentos de angústia face à procura interna e dos hospitais próximos, mas o Serviço está agora mais apetrechado para fazer face à necessidade de testagem e prepara-se para aumentar significativamente a sua capacidade.
De acordo com Elmano Ramalheira, diretor do Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, o conselho de administração está a negociar a aquisição de um equipamento de topo, multíplex, com uma grande capacidade de testes moleculares.
“Estamos em negociações, através do conselho de administração, um equipamento de topo multíplex que tem uma grande capacidade de fazer testes moleculares, tanto da parte de extração como de amplificação, e de variedade de testes, que nos irá permitir passar das seis horas que estamos atualmente a demorar a fazer os testes de RT-PCR, para pouco mais de duas horas”.
Desde há um ano que o Laboratório de Patologia Clínica do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) tem feito pesquisa de SARS-cov-2, tendo realizado 51.840 testes, dos quais 3894 deram resultado positivo, processando testes quer para os seus três hospitais (Aveiro, Águeda e Estarreja), mas também para o Hospital de Ovar e para o Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, em Santa Maria da Feira.
Os números revelam a capacidade de resposta daquele serviço, hoje mais consolidado, ao nível da formação de recursos humanos, no que diz respeito à área da Biologia Molecular.
O Laboratório do Hospital de Aveiro tinha, desde 2008, um embrião da área da Biologia Molecular, que investigava, sobretudo, a tuberculose, e que cresceu em 2011, com a aquisição de um equipamento de processamento e com a integração de uma investigadora que assumiu a pesquisa das cargas virais dos doentes com HIV e Hepatites B e C.
Em 2017, foi feita a aposta, premonitória, num equipamento de Laboratório de Biosegurança Nível 3, que, a nível nacional, só mais cinco hospitais é que o têm.
Quando surgiu a pandemia só faltavam em Aveiro os reagentes necessários à pesquisa ao SARS-cov-2, adquiridos em março do 2020, quando os primeiros casos surgiram, foram, de imediato, adquiridos.
“Com a disseminação do vírus, a procura subiu exponencialmente e o CHBV começou a dar resposta não só às solicitações do Serviço de Urgência, mas também às oriundas do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, do Hospital de Ovar (concelho que esteve em cerca sanitária), dos covidrives (entretanto dinamizados pelo ACES do Baixo Vouga nos vários concelhos da Região), nas Estruturas Residenciais Para Idosos (erpi’s) e creches”, descreve.
Foi reforçada a equipa e reorganizado o serviço, que passou a ter quatro turnos a funcionar 24 horas, passando a poder processar 400 testes/dia, mas a procura não mais parou e as amostras colhidas nos covidrives da Região e nas unidades do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga, passaram a ser processadas pela Universidade de Aveiro, o que permitiu aliviar a pressão no laboratório hospitalar.
O número de casos voltou a crescer em outubro, atingindo o seu máximo durante o mês de janeiro: “foi bastante difícil para todos nós, dada a quantidade de trabalho, novas variantes e, ao mesmo tempo, ir acompanhando as pistas médicas e científicas que iam surgindo”, recorda Elmano Ramalheira.
Para o diretor do Serviço de Patologia Clínica do CHBV, esta pandemia consolidou a importância da Biologia Molecular que “já não é só o futuro, é o presente”.
O Serviço de Patologia Clínica do CHBV conta, hoje, com 40 profissionais, de entre os quais cinco médicos especialistas e quatro médicas internas de especialidade, quatro técnicos superiores de Saúde, 24 técnicos superiores de Diagnóstico e Terapêutica, três assistentes operacionais e um assistente técnico.