Uma simples carta e um quarto de amor… – Por Sérgio Lamarão Pereira
Hoje quero imaginar um novo dia, não importa se é com um belo Céu azul e um Sol radiante ou com nuvens cinzentas, com delicadas gotas de água. Quero, apenas, que durante todo o dia a sua imagem me acompanhe em pensamento.
Hoje quero que tenha pensamentos positivos e que embora pese a distância, sinta a minha presença e que todos os seus sentidos lhe falem de mim.
Hoje, quando acordei, quis provocar-lhe um sorriso, recordar-lhe que estou aqui, nesta minha suave errância, da mesma forma que agradeço ter a sua presença na minha vida.
É o Ser que me faz feliz, a essência que tenho sempre em mente. Pela qual me arrisquei a dizer o que sinto! Penso-a durante todo o dia, por vezes perguntando-me: Onde estará? Como estará?
Não consigo dizer nada que já não saiba, nada que a surpreenda e que não espere. Necessito, apenas, confirmar neste simples papel branco o que sinto por si.
Temos muito tempo pela frente, um dia de cada vez, mas muitas experiências por partilhar. Sou um caminhante, é a minha viagem. Cada dia que passa penso em si, respiro por si, sou… por si.
Sou um pouco excêntrico, desconcertante, um pouco perdido no mundo. Ajude-me a seguir! Vivo com intensidade, sou e sinto com profundidade. Um criador de mundos e de sonhos. Um criador de vidas e ausências. É por mim que alguns momentos de felicidade surgem na sua vida e troco os meus sonhos pelo seu calor. Sou um pouco louco e transporto em mim tantas utopias. Utopias sem as quais não existe progresso nem (re) construção. Eu que me tento (re) construir aos poucos!
O mundo é um lugar estranho e desumano. Desumano devido ao facto de o próprio Homem ser pouco humano em relação a si mesmo e aos outros. Estranho, em virtude de pouco se conhecer acerca da essência do universo, pois o verdadeiro conhecimento do mesmo, é impossível de ser explicado mesmo pela racionalidade científica. Todavia, em última análise, nada é explicado, pois o mundo não é passível de explicação, tornando-se uma frustração. Tenta demonstrar-se algum conhecimento do mesmo através de experiências, exemplos, metáforas. No entanto, não é o mundo que é absurdo. O absurdo surge quando o Homem se confronta com a irracionalidade do mesmo. Não obstante, consegue dar algum sentido à minha existência.
O tempo na sua cadência, na sua impessoalidade, transforma tudo em tempo. Há um tempo para tudo, um tempo para que os tempos se voltem a reencontrar.
Será eterna até ao fim…
Sérgio Lamarão Pereira
03/11/2020