“Não há solidariedade que conforte”
O presidente da Câmara Municipal de Ovar considera “dúbias” as novas medidas do Governo que mais lhe “parecem meras recomendações e orientações”. “Por vezes, é preferível dar um passo atrás, para depois avançar com os dois pés. Infelizmente tememos o pior”, opinou.
Salvador Malheiro, que vice-presidente do PSD, critica a estratégia e as novas medidas excepcionais aprovadas em Conselho de Ministros, salientando que Ovar já sentiu “na pele medidas restritivas muito apertadas” durante a primeira vaga da epidemia, na qual esteve sob cerca sanitária.
Agora, com “mais 120 concelhos, no país, nas mesmas condições” que Ovar, o autarca, que no final de samana anunciou mais um óbito no concelho, sublinhou que não há ‘solidariedade que conforte’: “O que nos preocupa, a sério, é o facto de quem está a gerir a pandemia, em termos nacionais, não demonstrar planeamento, preparação, estratégia e coragem! Estão a gerir na espuma dos dias”.
Para o autarca vareiro, o executivo socialista não aprendeu “nada” em sete meses de pandemia. “Precisamos de profissionais de saúde, no terreno, a telefonar e a rastrear contactos de risco. Precisamos de profissionais de saúde, a fazer inquéritos epidemiológicos. Precisamos de capacidade de testagem, para testar quem precisa de ser testado em tempo útil. E precisamos de isolar infectados e não infectados para quebrar as cadeias de contágio. E o que é que o Governo preparou e anunciou sobre essa matéria? NADA!”, resumiu.