Opinião

Coexistir – Sérgio Lamarão Pereira

A educação é um dos pilares fundamentais de qualquer sociedade que tenha como aspiração o permanente desenvolvimento educacional e cultural, pois o Homem só se desenvolve de forma permanente e conseguida em sociedades onde a educação e a cultura sejam conceitos não apenas ideais, mas sobretudo materiais.
Será sempre numa plataforma salutar de entendimento, mas também com divergências e pontos de vista diferentes, que o indivíduo moderno e atualizado se define e se projeta em sociedades futuras mais exigentes e absorventes.

Os jovens são as novas peças de uma máquina velha, que, por conseguinte, fazem funcionar toda a engrenagem. Seria mais fácil, sem dúvida, inutilizar a máquina velha e gasta e começar a funcionar com uma nova, mas é a que temos, tal como o mundo em que vivemos. É neste que temos de coexistir tentando modificá-lo para melhor. Os jovens, por imperativo, por uma ordem que nos transcende, vêm substituir os velhos num mundo já muito gasto e que indubitavelmente se torna imperioso substituir. Não será pela força desmedida e gratuita, nem tão pouco pela anarquia ou ainda pela relativização dos valores. Será sempre através da liberdade, justiça, responsabilidade e autonomia da vontade.

Obviamente, nunca existiram sociedades perfeitas, nem tão pouco se pode aspirar a tal desígnio, em virtude da tão característica imperfeição humana. Todavia, penso ser legítimo que sociedades onde conceitos como a educação, cultura, saúde e justiça sejam fundamentais para uma educação alicerçada em valores de verdade. O mundo está numa constante transformação, num permanente devir onde as ações humanas se refletem no futuro. O Homem define-se na ação, num futuro cíclico e permanente. É neste mundo velho e gasto que os jovens vão surgir. Surgem numa vida já corrompida, mas que também a eles compete limpar.

Um mundo sombrio e obscuro que a eles compete clarear. Uma das tarefas consiste em operar a mudança, pois quando o Homem quer, pode! Quando pode e quer, normalmente consegue! A História assim o confirma! Contudo, não se apresenta como tarefa fácil. É um empreendimento difícil em virtude de os interesses dos jovens colidirem com os valores já instaurados e institucionalizados pelos outros que com eles coabitam.
Torna-se fundamental uma inserção num mundo que a todos pertence, mas que está adulterado na sua essência. Por que não o mudar para melhor? O mundo é a nossa terra!

Sérgio Lamarão Pereira
23/08/2020

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