- As gentes da cidade representam a forma como os portugueses abraçam o futuro: de pé, resilientes, serenos e empoderados pelo Amor.
Para a História do país, e como símbolo do momento singular que vivemos, ficará a noite de ontem em Ovar. Flagelada pela pandemia, castigada mas nunca vencida, as gentes da cidade representam a forma como os portugueses abraçam o futuro: de pé, resilientes, serenos e empoderados pelo Amor.
A Cultura tem desconfinado Portugal ajudando-o a encontrar-se nas suas essências maiores: a língua, o cosmopolitismo, a civilidade perante o outro. Somos um país maravilhoso onde a praia é beijada pela pradaria e pela floresta, onde a paz já existia antes de chegar. Nesta míngua gigante de diáspora que somos, a Música tem cumprido um papel fundamental na linha da frente do espírito nunca deixando sozinhos os portugueses.
Havemos de ser ainda maiores e vencer este vírus reduzindo-o à pequenez que é sem nunca nos rendermos a outros vírus mais pequenos ainda: os do ódio ao outro. Nunca tinha sentido que ser patriota é isto: amar o futuro pelas vitórias que se adivinham, amar o passado também pelos erros dos quais soubemos emergir.
Ontem emocionei-me quando fiquei sozinho no palco, a sala vazia, o público a sair ordeiramente um-a-um, e eu a levantar até ao fim um cartaz com um cartaz com um coração desenhado pela Leonor, talvez 8, 9 anos, até ao momento em que apenas as cadeiras e as paredes ecoavam ainda da emoção como se a tivessem bebido dos muitos que, também comovidos, me acenavam já da tua.
Obrigado Ovar ! @Ovar
Pedro Abrunhosa em Ovar
21.06.2020
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