Carta aberta ao pai da Valentina: “Porquê, pai?”
Desculpa se fui má filha Pai. Desculpa se te magoei. Desculpa se não era a tua filha preferida. Desculpa se fiz alguma coisa de mal. Desculpa Pai. Desculpa mas eu era apenas uma criança com 9 anos e há coisas que nós crianças fazemos que ainda não entendemos, se foi esse o caso desculpa Pai.
Ainda assim, eu não te deixei de amar. O meu amor por ti será eterno, tão eterno como a minha alma agora. O meu amor terás sempre Pai. O meu perdão será mais difícil, esse só no dia em que nós dois nos encontremos deste lado e me expliques o porquê Pai.
Estarei deste lado, magoada e triste, mas com o mesmo amor de sempre por ti. Embora saiba que afinal talvez nunca me tenhas amado.
Agora tenho de ir Pai. Estarei deste lado mas também desse, ao lado das pessoas que realmente me amavam nessa vida.
Tenho tanto medo Pai. Não sei onde estou. Não sei para onde vou e apenas queria ter as tuas mãos e as mãos da mãe a aconchegar-me na minha cama. Agora apenas me irão visitar ao cemitério e beijar a minha foto, mas podias ter evitado isso Pai. Tenho medo.
Estarei sempre ao lado de todos os que me amaram nesta vida. Agora tenho de ir. Já não pertenço aqui. Tiraste-me a vida Pai.
Não te chamo monstro, mas Pai, porque (in)felizmente foste meu Pai e comigo ficarão apenas guardados os bons momentos que passámos ao longo destes 9 anos, 9 anos de vida e agora uma vida…
Uma vida de eternidade para entender o porquê Pai!
Adeus. Adeus Pai. Um beijinho da tua Valentina.
Descansa em Paz, anjinho!”