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Dragagem da Ria frustra expectativas do Lugar da Marinha

A Comissão de Moradores e Proprietários da Marinha e da Tijosa critica a forma como está a ser feita a Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico no Canal de Ovar da Ria de Aveiro.

A obra, um projecto da CIRA, consiste na dragagem da Ria que previa a colocação dos inertes retirados na operação da dragagem na defesa dunar na costa atlântica. Só que “estas areias não estão a ser aproveitadas, pois da forma que estão a ser depositadas são imediatamente levadas pelo mar”, criticou Mário Rui Natária, da referida comissão que critica a forma como os inertes estão a ser lançados a sul do Furadouro.

Segundo ele, estas areias seriam de grande utilidade para construir uma defesa na diferença entre a preia-mar e a baixa-mar, ou seja, “erguer uma protecção das terras do lugar da Marinha inundadas pela água salgada, impedindo a sua entrada”, recordou.

O projecto da dragagem acendeu a esperança da recuperação dessas parcelas para o cultivo agrícola ou simplesmente para o junco, na continuidade do que aconteceu a sul, no canal, onde foi feito um talude com os inertes da própria dragagem feita há mais de 20 anos”.

Para sua tristeza, verificou-se que da Ponte da Varela para norte, a estacaria que está a ser feita para impedir a invasão das águas, ficou a cerca de 2 metros da estrada, dando como perdidos muitos hectares de terra.

A comissão, que tem o apoio da União dos Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro, apela à atenção Sociedade Polis Ria de Aveiro e garante que quer “apenas a defesa do território porque ainda é possível”. “Tal como está feito, a dragagem e o talude não servem os interesses da Marinha”, garantem os moradores.

Mário Rui Natária repete que “o território é a nossa preocupação primordial, entroncando numa futura obra das águas pluviais e no investimento turístico que está a ser feito”. E a terminar, a Comissão de Moradores e Proprietários da Marinha e da Tijosa não tem dúvidas que, além de ser uma oportunidade de ouro aproveitar a dragagem que está a decorrer, “será uma pena se não se realizar esta ideia e perder a oportunidade de tornar este lugar ainda mais maravilhoso do que já é, com condições, inclusivamente, para instalar um passadiço junto à Ria, por exemplo”.

Aliás, o Tijosa Eco House Camp – que ocupa uma área de 7.000 metros quadrados, conta com 10 quartos em formato casa de campo, além das estruturas típicas de um hotel rural -, representa um investimento superior a um milhão de euros, inclui também uma “casa de barcos” no Cais da Tijosa que já foi requalificado pelo programa Polis Ria de Aveiro para poder recolher pequenas embarcações, canoas e aprestos náuticos.
António Valente pede aos responsáveis da Polis que ouça os moradores da Marinha e atesta o perigo do avanço das águas apontando que, no último temporal, o cais ficou submerso, apesar de ter sido reconstruído 25 cm acima do que estava previsto, por sugestão dos moradores.
(Foto: José Pinto/Facebook)

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