Os Facilitadores – João Gomes
O futebol, como qualquer desporto coletivo, dispõe de jogadores para várias posições e, dentro dessas mesmas posições, existem futebolistas com diferentes características. Embora qualquer jogador, de qualquer posição, possa ser um “facilitador”, é no centro do terreno que atuam aqueles cuja principal missão é facilitar todo o processo da equipa.
A meu ver, o meio-campo é o motor da equipa, fundamental tanto na organização ofensiva como defensiva. É por isso que, nesta zona do terreno, se encontram normalmente os jogadores com QI de jogo mais elevado, que primam pela sua capacidade tática, técnica e mental. O “facilitador” é aquele que atua com o intuito de tornar mais simples o trabalho dos colegas, seja, por exemplo, com um posicionamento de cobertura, que funciona para libertar outro (s) jogador(es) de uma função mais defensiva, seja ao integrar o ataque, mantendo sempre o equilíbrio. No entanto, um dos aspectos que considero mais importante é a sua capacidade para jogar a um-/dois toques, permitindo que a equipa usufrua desta qualidade para subir gradualmente a linha de construção de jogo.
Perceber os espaços não é um atributo menos importante dos falados anteriormente, uma vez que é com esta perceção que o “facilitador” auxilia a sustentação de jogo, compreendendo quando a equipa necessita de uma bola mais curta, larga ou profunda, possibilitando a sua equipa de se adaptar com mais efetividade à pressão do adversário.
Nos dias que correm, com a posição “10” cada vez menos utilizada e mais desvalorizada o médio facilitador é um tipo de jogador sobre o qual é submetido uma responsabilidade muito grande em relação a ideia de jogo a ser posta em prática. É este médio que pauta o jogo e é a referência na construção do mesmo, sem descurar, nunca, da postura em termos defensivos.
João Gomes
*escreve com o novo acordo ortográfico