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Turma do 12.º ano lança campanha para ajudar o Filipe

A turma do 12.º ano do curso profissional de Recepção, da Escola Secundária José Macedo Fragateiro, está a desenvolver uma iniciativa solidária com o foco no menino Filipe que decorre de uma experiência escolar ligada à temática “Narrativas de vida”. O Filipe é um menino de 11 anos que sofre de uma doença genética rara (Síndrome de Norrie) e não vê, não anda e não fala.

FilipeA professora Rosa Maria Oliveira é a mentora do projecto, lançado como desafio no início do ano lectivo aos alunos da sua direcção de turma, da qual é também professora de Português.

“Trata-se de um esforço e de uma estratégia para esclarecer aos nossos jovens sobre as suas representações, muitas vezes baseadas em crenças superficiais ou equivocadas, levá-los a reflectirem sobre os melhores caminhos a percorrerem”.

A docente disse ao nosso jornal que “esta turma é representativa de um grupo emocionalmente instável, mas potencialmente criativo e dinâmico”. Mas ela acredita que é “preciso acreditar nesse potencial, não se tentando ver apenas os aspectos negativos”.

Por isso, o projecto tem merecido a atenção por parte da Biblioteca da escola e, gradualmente, vai acolhendo reconhecimento por parte de mais pessoas da escola, nomeadamente, alunos do ensino secundário, o público alvo dos eventos.

Os eventos têm em comum trazer um convidado que tenha uma história de vida com mensagens fortes e que tenha livros publicados. Assim, continua Rosa Maria Oliveira, “aconteceu em 27 de outubro com a nossa convidada Anabela Silva, que passou pela experiência de viver nas ruas do Porto, sofreu de violência doméstica, grave depressão, mas superou, quando começou a acreditar em si e nas pessoas bem intencionadas que surgiam na sua vida para ajudar”. “Escreveu dois livros de poesia e faz hoje parte da orquestra do Som da Rua da Casa da Música do Porto”.

No segundo Evento, que decorreu a 12 de janeiro último, a turma recebeu a visita de um jovem de 25 anos, de Lisboa, autor de dois livros, “Tia Guida” e “25+ A vida é uma escola”. “A sua mensagem de superação e de transformação pessoal, baseada na consciência do amor, trouxe um balão de oxigénio à plateia de 300 alunos que assistiram à sua palestra”, conta.

Foi então que, com a mesma sincronicidade das outras histórias, surgiu a história do Filipe e de sua família, que vive em  Avintes, Gaia. “Foi graças a atenção de uma aluna desta turma – a Jéssica, que demos início à preparação do 3.º evento, previsto para dia 30 de março”. “Eu e a Jéssica tivemos um encontro, em Gaia, com Mara e Nelson (os pais do Filipe) e conhecemos o encantador menino”.

De regresso à escola, trouxeram 21 livros para toda a turma ler, uma oferta da família, com a história do Filipe, que foi escrito pela mãe. “Chama-se “É preciso saber(sobre)viver)”, um gesto que foi por si só uma lição de vida – Dar antes de receber. Na verdade, a família não pediu campanha de ajuda, apenas aceitou estar presente no evento”. “Mas nós sabemos que a luta desta família é diária e imensa, ela vive da esperança e da fé de que o Filipe vai conseguir pelo menos caminhar e falar. Todos os dias ele é estimulado com terapias que são dispendiosas e que, até ao momento, só podem ser enfrentadas com ajudas solidárias”.

Deste modo, a Jéssica com a ajuda de mais algumas colegas já deram início à primeira fase –  pedido de ajuda solidária ( monetária) nos cafés da cidade de Ovar e têm feito alguns apelos para angariar roupas e artigos de higiene.

Depois disso, dentro de uma semana até ao início de março, é intenção sensibilizar a comunidade escolar, nomeadamente nas turmas. Entretanto, o plano de trabalho para o dia do evento continua a ser preparado, inclusive foi lançado o desafio “A minha história – partilha a tua vida numa página” para alunos e professores participarem num E-Book”, termina Rosa Maria Oliveira.

Jéssica Pacheco apela a todos que possam ajudar nesta causa “para colaborarem connosco com ideias, roupas, calçado, bens de higiene (fraldas incontinência tamanho pequeno, dodots, etc), ajudas monetárias, pessoas que nos ajudem a fazer rifas sem qualquer custo, etc”.
E conclui: Precisamos da ajuda de todos para criar uma corrente e deixar mais uma família feliz”.

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