Memorial vai ser inaugurado no Jardim Almeida Garrett
A Câmara Municipal de Ovar vai proceder à inauguração do Monumento e Memorial aos Combatentes ovarenses que faleceram na Guerra do Ultramar, no próximo doa 8 de dezembro, a partir da 09h45, no Jardim Almeida Garrett, inserida numa cerimónia civil e militar, organizada em colaboração com os três ramos das Forças Armadas, seguida de uma missa Requiem campal.
A criação de um monumento aos combatentes do ultramar do Concelho de Ovar era uma obra há longos anos ansiada por ex-combatentes, familiares e amigos, e que no actual mandato foi priorizada e definida como um dos objectivos a concretizar, pelo executivo da Câmara Municipal de Ovar.
O Monumento aos Combatentes do Ultramar do Concelho de Ovar é um projecto do reconhecido escultor João Antero de Almeida que, entre outros, integrou a equipa que projectou o Monumento lisboeta “Heróis do Ultramar”, tratando-se de uma obra que representa um investimento superior a 80 mil euros.
A criação deste monumento representa singela homenagem aos militares que perderam a vida no Ultramar, mas que se reveste de grande sentido. Aliás, toda a obra artística foi meticulosamente planeada e tudo tem significado e simbologia. Tratando-se de uma estrutura de índole minimalista-purista, o monumento é constituído por um arco de secção triangular equiláctera, colocado na vertical, sendo um quarto em aço inox, interrompido a um metro da superfície exterior por um outro de aço corten, com acabamento natural e representando simbolicamente os três ramos das Forças Armadas. A porção metálica em aço inox, pelo seu brilho, representa Portugal, na estão gravados os nomes de todos os militares que faleceram no Ultramar do Concelho de Ovar. A interrupção significa a perda física e humana de quem teve de partir para terras longínquas em defesa da pátria.
O lancil do redondo é revestido por um tubo redondo de três faces que representa a ligação cultural e de comunicação entre os povos e país. A escultura assenta numa calote esférica em que o centro sobe um metro em relação à base, significando uma porção do espaço planeta terra que os portugueses descobriram e civilizaram, e está revestida por uma pedra calcária amarelada com laivos de vermelho e rosa, remetendo para os sacrifícios (veias de sangues dos militares em defesa do país). No alinhamento do arco entre o lancil e o arco de aço inox existe um cilindro também de aço inox para recepção de flores em actos de homenagem.
O monumento foi erigido no Jardim Almeida Garrett, por se tratar de um espaço nobre no centro da cidade de Ovar, com capacidade para acolher cerimónias oficiais com as devidas honras militares, mas também momentos de homenagem particulares, tratando-se de um espaço convidativo para a reflexão e a introspecção. O monumento vai dar uma outra visão ao jardim quase centenário, pela força dos plátanos e restante arvoredo que marcam memórias insofismáveis.