Fogo destruiu o maior presépio do mundo na Feira
Os Bombeiros Voluntários de Ovar e de Esmoriz estiveram envolvidos no combate às chamas que deflagraram, esta sexta-feira à tarde, no presépio mecânico que a empresa Cavalinho vinha dinamizando em S. Paio de Oleiros, Santa Maria da Feira. Aquele que detinha o recorde do maior presépio do mundo, segundo o livro do Guiness, acabou destruído em menos de uma hora, na sequência de um incêndio que atingiu o pavilhão onde estava instalado .
Manuel Jacinto Azevedo, mentor do projeto que surgiu em 2004 e que no Natal de 2015 terá recebido cerca de 750.000 visitantes em regime de entrada gratuita, declarou à Lusa que “ardeu tudo”. Tínhamos lá mais de 10.000 peças, um património irrecuperável, e não sobrou nada”, descreveu.
Segundo informação disponibilizada pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro, o incêndio terá ficado a dever-se às elevadas temperaturas registadas esta tarde, pelo que o recinto de 4.000 metros quadrados do presépio ficou arruinado em pouco mais de 45 minutos. “É o suficiente para destruir tudo, dada a grande carga térmica dentro do pavilhão”, garantiu a fonte do CDOS. Para isso contribuiu também o teor altamente inflamável dos materiais utilizados nos diversos cenários e áreas temáticas do presépio, constituído na sua maior parte por madeiras, tecidos, flores artificiais, pequenos brinquedos e peças de artesanato.
Combatido por 83 bombeiros e 24 viaturas das corporações de Espinho, Esmoriz, Ovar, Feira, S. João da Madeira, Fajões e Lourosa, o fogo estava controlado ao início da noite, mas, segundo o CDOS, as operações vão prolongar-se com o trabalho de duas retroescavadoras, para “ajudar ao arrefecimento do material”.
Manuel Jacinto Azevedo admite que “o fumo tóxico é um problema”, mas assinalou que esse risco está a ser acautelado. “A única consolação disto tudo é saber que ninguém se aleijou. Além do mais, se fosse a fábrica [de carteiras, calçado e marroquinaria] a arder, ia ser muito pior, porque dela está muita gente dependente”.
Quanto aos prejuízos, o empresário não adianta valores, mas garante que “não há seguro que pague o que aqui ardeu. Era um espólio antigo, de peças únicas, criadas especificamente para nós, muitas por artesãos que já não existem, e esse património perdeu-se todo”.