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“À Palavra” com poesia e fotografia

Com mais de três dezenas de edições em três anos, a última sessão do “À Palavra”, no Museu de Ovar, realizada no dia 28 de maio, teve como mote a apresentação da obra poética “Somos” da autoria de Carla Valente e fotografia de António F. Maia que esteve a cargo do escritor ovarense, Carlos Nuno Granja, que começou por referir, que o livro dos convidados é “um livro a dois, conjugação plena da poesia com a fotografia, duas formas de arte, bastante diferentes entre si, mas que se complementam.” E acrescentou, “ainda bem que este livro representa a coragem de duas pessoas, o de exteriorizar sentimentos primeiro, expondo-os, quem sabe talvez, à luz de um leitor, de um apreciador, trazendo-os à liça do denominador comum, as diferentes interpretações que lhe serão dadas.”

Sobre a relação entre a poesia e a fotografia que o livro “Somos” faz realçar, Carlos Granja destacou, que, “Pelo olhar do artista, a fotografia permanece lado a lado, acompanhando a poesia, como dois amores iluminados numa pauta musical. Não falha a parceria” disse. E de forma igualmente poetica a prender atenção dos presentes, acrescentou, “A poesia é de calibre sustentado, flutua entre as palavras e sabe bem por onde quer ir, domina-se sem se dominar, aqui voluntariamente, para não ficar presa a decisões, em que as frases sobrevoam pensamentos.” ou seja, como diria ainda, “O destino é esse, fazer pensar, fazer regressar, não ao ponto de partida, talvez ele até nem exista, ou talvez nem resista, por não haver passado, por destronar o tempo, ela mesma, a poesia, para que viva eternamente, sem o desígnio dos conceitos, expulsando os preconceitos…”
As palavras de Carla Valente, em que destacou a “simbiose entre as palavras e as imagens” e por isso, como disse, o título “é um Somos carregado de gente”, razão pela qual quis, “que se impregna-se a capa de matéria humana”. Foram essencialmente para agradecimentos uma vez que a profundidade sentimental das suas palavras poéticas foram tão bem apresentadas por Libânia Madureira, que leu os poemas “Se ao menos soubesses”, “Ajoelho-me” e “Clara leveza de amores-perfeitos”. Enquanto Aurora Gaia leu, “Garço é o céu por ande me levas”, “Em circulo vagabundo” e “Antes do depois”. Já Eduardo Roseira deu voz aos poemas, “No teu abraço”, “Sabes?” e “A noite vinha em bicos de pé”. Um lote de declamadores de poesia que a três vozes terminaram com, “A menina dos olhos tristes”.
“Aprender, olhando através de outros olhos”, foi a síntese das palavras de António F. Maia através das quais partilhou a sua relação com a fotografia, como meio de contar uma história, a própria história que o ligou ao projeto do livro de poesia de Carla Valente que não conhecia e resultou plenamente na obra “Somos”.
Esta sessão poética do À Palavra teve uma apropriada introdução musical com a participação do jovem João Pedro, que ainda recentemente a 15 de maio, com o Grupo de Bandolins de Esmoriz, atuou num Concerto na Catedral St. Christophe, integrado no Festival Internacional de Música Universitária da cidade de Belfort em França. Nesta noite no Museu de Ovar, João Pedro interpretou à guitarra clássica temas como: “Lágrima”, “El Sueño de la Muneca” e “Suite del Plata – Preludio n.º1”.

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