Conservação e preservação do Património Local – Filipe Marques Gonçalves
O património cultural, de uma forma abrangente, engloba tudo aquilo que foi herdado dos nossos antepassados, tudo aquilo que passou de geração em geração e que, por esse motivo, deve ser respeitado, conservado e preservado.
Em qualquer comunidade local, é imperativo adoptar uma política bem definida no que respeita ao desenvolvimento de acções de conservação e preservação do património cultural tangível ou intangível, com medidas consistentes que vertam resultados práticos para a comunidade e para o seu desenvolvimento e dinamização.
No que respeita à arquitectura tradicional e urbana, impõe-se a adopção de medidas e projectos que visem a sua salvaguarda. As vantagens na aposta de uma política de conservação preventiva do património arquitectónico são extensas, pelo que esse desiderato deve constituir um objectivo primário e definida como uma prioridade dos agentes políticos, em especial, do poder local.
A conservação (e/ou o restauro) do património arquitectónico devem ser encarados como uma aposta do presente e do futuro. Com efeito, embora nem sempre perceptíveis no imediato, são muitas as suas vantagens.
Assim, deve ser implementada uma aposta clara e objectiva no restauro e na conservação do património arquitectónico mas, em simultâneo, também devem ser definidas estratégias de comunicação que visem a respectiva promoção. Destas medidas resultarão, certamente, benefícios económicos e sociais, fazendo com que o património cultural se torne, cada vez mais, um importante vector do desenvolvimento sustentável de uma comunidade local.
Preservar os valores de uma comunidade, proporcionando um bem estar sócio-económico e uma melhor qualidade de vida, representa uma oportunidade e um desafio que trará resultados muito positivos. O problema é que, por vezes, não sabemos tirar o melhor partido de todo o nosso potencial.
Em suma, um património conservado e preservado, para além de respeitar os antepassados, impulsiona o desenvolvimento social, potencia a criatividade e desenvolve o enriquecimento cultural.
Por isso, é importante que o poder local olhe para o estado em que se encontra o nosso património arquitectónico, identificando as lacunas existentes e projectando o restauro, a conservação e a preservação, em respeito por tudo aquilo que faz parte da nossa história arquitectónica.
Filipe Marques Gonçalves