Cantar dos Reis de Ovar quase Património Imaterial Nacional (DA)
A tradição vareira do Cantar dos Reis leva 123 anos de história desde que a Troupe dos Reis dos Alves” ou a “Troupe dos Velhos” surgiram em 1893. Hoje, a cidade tem cerca de 700 reiseiros espalhados por troupes adultas e infantis que se juntam, todos os anos, para ensaiar e tocar músicas originais de louvor ao Deus Menino, desde o início de ano.
Com tal historial e tão rico património adquirido, foi com aplausos que se ouviu, em 2015, que o Município queria integrar os Reis de Ovar na matriz do inventário nacional do Património Cultural Imaterial.
A candidatura foi formalizada dando seguimento a uma vontade anunciada pelo presidente da Câmara Municipal, Salvador Malheiro, no colóquio “O Cantar dos Reis em Ovar – Uma História de Diferenciação”, ocasião aproveitada para colocar em dia a “dívida” da cidade para com nove ilustres reiseiros que dedicaram muito da sua vida à tradição.
O último ano foi passado a registar em diversos suportes a tradição de modo a fortalecer a candidatura ovarense a Património Imaterial de Portugal.
Alexandre Rosas, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Ovar, revela que “o processo de candidatura está a andar muito bem, mas há etapas que têm de ser cumpridas”. Conforme explicou ao Diário de Aveiro, “ao longo do ano passado, fizemos todas as recolhas obrigatórias para o processo, desde literatura até ao essencial da música, passando pela fotografia e já entramos na fase da inserção dos elementos recolhidos na Matriz Nacional”.
Segue-se agora a fase de avaliação. “Terá, necessariamente, de haver uma avaliação por parte de uma comissão” que, segundo o vereador, ainda não tem data para reunir, mas que “será ela quem vai decidir a nossa entrada nessa matriz”.
Não há, no entanto, motivo para preocupação, já que tudo indica que a candidatura será bem sucedida.
Aliás, o musicólogo Jorge Castro Ribeiro, do Departamento de Comunicação e Arte, da Universidade de Aveiro, com quem a Câmara Municipal de Ovar tem vindo a trabalhar neste processo, “está maravilhado com a riqueza musical desta tradição que até a ele apanhou de surpresa pela positiva”, conta Alexandre Rosas, esperando que a candidatura será aprovada com naturalidade.
(Ler in Diário de Aveiro)