Válega: “Mártires do corte das videiras” tombaram há 80 anos
A Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) homenageou esta quarta-feira, em Válega, os “mártires do corte das vinhas”, que tombaram às balas da GNR, em 1939, com uma evocação no centro da vila e romagem ao cemitério com deposição de flores.
Por ordem do então governador civil, a GNR abriu fogo sobre os manifestantes que, a 15 de maio de 1939, se juntaram em protesto contra o arranque das vinhas americanas, que haviam sido proibidas pelo Governo de António de Oliveira Salazar.
A carga policial tirou a vida a Jaime da Costa e Manuel Maria Valente de Pinho, acontecimentos que a ALDA tem procurado evitar que caiam no esquecimento, servindo o momento para dar continuidade à luta dos “mártires das vinhas” em defesa da agricultura familiar.
A homenagem junto à placa evocativa dos incidentes contou com a presença do deputado ao Parlamento Europeu, Miguel Viegas, a activista ovarense da CDU, Manuela Mourão, e o presidente da Junta de Freguesia de Válega, Jaime Almeida, entre muitos populares que não esquecem o triste acontecimento.
“O objectivo desta homenagem simbólica aos mártires do corte das videiras em 1939 foi lembrar a luta em defesa da pequena e média agricultura familiar, como era o propósito dos agricultores que morreram e de todos os que participaram nessa altura contra as injustiças da ditadura, e dar continuidade a essa luta”, disse Albino Silva, dirigente da ALDA.
“Num momento em que o fascismo ressurge na Europa é preciso alertar as gerações mais jovens de que a democracia é uma conquista que não está garantida para sempre”, avisou Miguel Viegas.