Azulejos das Estações de Ovar e Esmoriz vão ser recuperados
Os painéis de azulejo das Estações de Caminho-de-Ferro de Ovar e de Esmoriz vão ser recuperados, mediante uma parceria entre a Câmara Municipal de Ovar, a Refer Património, Administração e Gestão Imobiliária S.A., a Universidade Católica Portuguesa e os Serviços Sociais e Culturais dos Trabalhadores do Município.
Esta é, segundo o presidente Salvador Malheiro, “a concretização de um objectivo da autarquia, a quem interessa a recuperação dos edifícios, não só por questões de natureza urbanística e de qualidade da paisagem urbana, mas também porque se trata da entrada para as cidades de Ovar e Esmoriz, para além da importância histórica, cultural e artística dos painéis azulejares existentes nos edifícios”.
Assim, o Município, através do ACRA – Atelier de Conservação e Restauro do Azulejo e com o apoio de alunos da Escola de Artes – Arte e Restauro da Universidade Católica Portuguesa (Programa Campanha de Verão – Estágio de formação em contexto de trabalho) vai intervir, recuperando as fachadas azulejares.
Em complemento, a REFER irá promover a realização de obras de manutenção, conservação que consistem na beneficiação e modernização dos edifícios de passageiros e dos espaços exteriores das estações ferroviárias.
O edifício da Estação da CP, em Ovar, ostenta um valioso património azulejar: Os painéis azulejares da fachada poente da Estação de Ovar, no Largo Serpa Pinto, foram pintados, e assinados, entre 1917 e 1919, na Fábrica Fonte Nova, em Aveiro, por Francisco Pereira e Licínio Pinto, a partir de fotografias dos fotógrafos vareiros Ricardo Ribeiro e António Ribeiro, a paisagens tipicamente vareiras, como à Madria, às Lavadeiras no lago da Madria, ao Moinho das Luzes e ao Açude do Casal.
Do lado nascente da Estação também existiam painéis do mesmo período, produção e autores, porém, devido ao seu mau estado de conservação, foram retirados nos finais da década de 70 do séc.XX, e substituídos por painéis pintados na década de 80 do séc.XX, no Atelier Razamonte (Vila Nova de Gaia), por Fernando Gonçalves, a partir de pinturas de paisagens e figuras vareiras da autoria da pintora vareira Beatriz Campos.
A exemplo dos painéis que fizeram para outros edifícios de estações da CP, também em Ovar os painéis são pintados nos clássicos tons azuis e branco, com molduras.
Os painéis da fachada principal Poente representam exclusivamente motivos regionais, nomeadamente paisagens de Ovar e arredores. O painel da direita é alusivo a uns antigos moinhos (o azulejo com o nome do lugar está degradado, pelo que a palavra está ilegível). Da direita para a esquerda da fachada, seguem-se os painéis com os títulos “Lavadeiras no Lôpo”, “O Lôpo da Madria”, “Rio e Ponte do Casal”, “Arredores de Ovar – Madria”, “Arredores de Ovar”, “Paisagem vareira”, “O Rio da Madria – Ovar”, “Estrada do Furadouro no Carregal – Ovar”, “Arredores de Ovar”, novamente outro dos “Arredores de Ovar”, “Aldeia e Capela de S. Donato” e “Ovar – Açude do Casal”.